quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

ENTA, ENTA... É A PRESIDENTA

Alguns provavelmente sabiam, mas não tinham certeza. Outros tinham e têm certeza. Certos de que são mais espertos do que a grande maioria do povo brasileiro, os responsáveis pela propaganda do governo federal não vacilam em colocar no ar uma peça publicitária em que a intenção de apelar para o subliminar fica clara desde a primeira veiculação.

Aqueles que não tinham certeza a partir de agora podem afirmar, como os demais, que essa turma que militou no radicalismo e que chegou ao poder se julga competente demais para promover uma lavagem cerebral na população. Além disso, consideram nosso povo sem inteligência suficiente para identificar suas jogadas que visam à manipulação da opinião pública, como foi o caso da propaganda do Banco do Brasil que repetia o número três sucessivas vezes, pretendendo com isso sugerir um terceiro mandato para Lula da Silva. Criticado, o Banco do Brasil afirmou que em breve daria as explicações que justificariam a publicidade. Nunca as deu.

Agora vem essa turma novamente, sob nova direção, com uma propaganda que teria como objetivo alertar os homens da terceira idade para o uso de preservativos. Os atores usam camisetas com a inscrição “enta”, base para uma séria de rimas, e no final da peça publicitária, o celular de um deles toca e ele fala aos demais que quem estaria ligando seria sua esposa ou, como dizem por aí, “a rádio patroa”, justificando-se: “É a presidenta”.

Eta turminha malandrinha essa aí que ocupa certos setores do Planalto! O que essa gente não faz e não fará para promover Dilma Rousseff, a preferida do presidente Lula da Silva para sucedê-lo? A primeira estocada é essa que finge se referir ao uso da camisinha, cuja intenção é propagar a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil. Outras virão, mas a atitude impensada de agora deixa de sobreaviso muitos daqueles que sabem das artimanhas que partem do Planalto e estão preparados para denunciá-las, seja no Congresso, na imprensa ou no bate-papo descontraído numa mesa de boteco.

Consegui pensar em várias outras palavras que terminam em “enta”. Algumas são impublicáveis, mas serviriam perfeitamente para adjetivar uns e outros que nos julgam todos como idiotas. Bobos são eles. Bobos da corte! Uma corte cujos personagens começam a sentir o impacto da insônia quando pensam que tudo o que é bom não dura para sempre. Talvez sejam as noites maldormidas que os fazem recorrer a todas as formas de estratégias para convencer brasileiros de todos os segmentos sociais de que somos um país maravilhoso, bem governado, competente para distribuir variados tipos de Bolsas, de acordo com a conveniência e necessidade do beneficiado. Assim, crêem que poderão ampliar seus anos de mandos e desmandos, com medidas às vezes um tanto estranhas e nada provisórias.

O Ministério Público Federal tem o dever de analisar essa peça publicitária do “enta”. E essa turma do Planalto precisa saber que pimenta nos olhos dos outros também arde... e faz reagir.
Não sei por que escrevo esta crítica, pois certamente dirão que o objetivo da propaganda é alertar para o aumento da incidência da aids em pessoas acima do 50 anos. O resto, afirmarão certamente, seria mera coincidência.

Chega de mediocridade! A comunicação do governo federal precisa ser mais criativa, mais Benjamin Franklin e menos Franklin Martins.

(ARTIGO PUBLICADO NO DIÁRIO DA MANHÃ, DE GOIÂNIA, EM 27.NOVEMBRO.2008)

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